Uso de espaços compartilhados surge como alternativa diante das desvantagens do home office no trabalho remoto em tempos de pandemia
A pandemia do novo coronavírus consolidou um modelo de trabalho remoto até então pouco desenvolvido no Brasil. O trabalho home office é uma tendência que veio para ficar e apresenta muitos benefícios para empresas e colaboradores. Praticamente obrigatório nos ramos de atividade que não fornecem serviços ou produtos essenciais, o home office foi rapidamente absorvido por pequenas e médias empresas em todo o mundo.
Já em abril de 2020, mais de 77% das PMEs brasileiras aderiram a este regime, enquanto a média global foi de 60%, conforme apontou estudo da plataforma de comparação de software Capterra com mais de 4 mil trabalhadores em países da América, Europa e Oceania. A pesquisa revelou ainda que 74% gostavam de trabalhar em casa e um terço pretendia manter este formato após o fim da pandemia, conforme mostrou a CNN.
Outra pesquisa da consultoria Corall com a plataforma Pence junto a 80 gestores e empreendedores de mais de 60 empresas brasileiras — incluindo gigantes como Santander, Claro e Volkswagen — mostrou que 44% dos entrevistados também gostariam de manter o home office. Cerca de 20% responderam que a “adaptação rápida” foi uma surpresa positiva; 16% disseram que “as reuniões têm sido mais objetivas” e 14% afirmaram que a equipe tem mostrado mais “presença e foco”.
Pesquisas apontam vantagens e desvantagens do home office
Mas nem sempre é assim. O estudo nacional da Corall apontou que a administração do tempo é prejudicada para 45% dos respondentes e 34% apontaram as distrações dentro de casa como um obstáculo. Já na pesquisa global da Capterra, o maior problema para os trabalhadores foi a falta de comunicação.
Apenas 37% das empresas forneceram orientações claras sobre os novos processos de entrega e reuniões. Outros 32% apontaram a solidão como principal preocupação durante o isolamento social.
Ou seja, é necessário um equilíbrio, segundo a reportagem da CNN. O fator psicológico também foi lembrado pelos gestores entrevistados pela Corall como a “sensação de angústia pelo isolamento” e “ansiedade de desempenho” foram citadas como dificuldades nesse período.
Trabalho híbrido é alternativa mais indicada
Neste contexto, pesquisas vêm apresentando o modelo híbrido — parte em home office, parte em coworking — como alternativa interessante que se soma aos esforços das empresas para evitar aglomerações e manter o distanciamento social nesses tempos de pandemia. É o caso da Softplan, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil, que decretou o modelo híbrido para seus quase 2 mil funcionários.
Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, realizada em parceria com a Grant Thornton com 636 executivos de grandes empresas, mostrou que 38% sentiam falta de interagir presencialmente com colegas. No estudo “Covid-19 – Home Office – Trabalho Remoto”, pouco mais de 50% dos participantes responderam que o espaço físico dedicado ao home office não permite que produzam remotamente. E mais de 62% identificaram a necessidade de encontrar com colegas de trabalho em outros locais (cafés, lojas, bibliotecas, coworkings) para continuar trabalhando remotamente.
Com o modelo híbrido, as empresas têm a possibilidade de diminuir custos fixos, proporcionar mais flexibilidade para seus profissionais, atualizar o modelo de trabalho, conseguir atrair ou reter melhores profissionais do mercado e, ainda, melhorar a gestão e a capacidade de inovação.
“Ao mesmo tempo, ainda conseguem manter uma interação presencial dos pares, equipes e liderança — o que facilita a integração com os times e com a empresa como um todo”, explicou Tawan Pimentel, publicitário com especialização em Planejamento de Comunicação pela Miami Ad School, e sócio fundador da HOM, em entrevista recente ao Consumidor Moderno.
Ainda segundo ele, será possível encontrar com nossos times e colegas de trabalho com frequência ou até mesmo trabalhar em ambientes compartilhados. “Se não interagirmos com nossa equipe no local de trabalho, poderemos ter os momentos para trocas e apoio de outros profissionais que estejam nos coworkings, cafés ou qualquer outro ambiente de trabalho compartilhado que surgir”, reforça o especialista.
Empresas podem adotar configurações de trabalho híbrido muito diferentes. Algumas passaram a adotar espaços de coworking mais flexíveis, onde podem adquirir por um valor X o aluguel de uma sala de reuniões por Y vezes ao mês, como mostra essa reportagem publicada pela BBC.
No Club Coworking, empreendedores, executivos e profissionais liberais encontram o espaço ideal para compartilhar todas essas vantagens na nova realidade do trabalho híbrido. No Club Coworking Faria Lima, por exemplo, salas de reunião e auditórios já estão sendo muito procurados com esta finalidade. Visite e se antecipe a essa tendência para ampliar suas vantagens competitivas neste ‘novo normal’ do mundo do trabalho.